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V Curso Teórico-Prático de Fissuras Labiopalatais

Publicado em 9 maio 2019

Evento que ocorre até o dia 11 de maio atrai profissionais de referência mundial para Lajeado

O curso é pioneiro no país, não só pela escassez de acesso ao conhecimento nesta área, mas pelo caráter multidisciplinar, pois é aberto para médicos, fonoaudiólogos, dentistas e estudantes. O evento tem apoio da Smile Train, Hospital Bruno Born, FUNDEF e Clínica Dewes de Lajeado.

A cada nova edição o curso apresenta ícones da área. Este ano, destaque para as presenças do Cirurgião Plástico Nivaldo Alonso, da USP São Paulo, o Odontólogo Homero Ferri e a Fonoaudióloga Maria Daniela Borro, do HRAC/USP( Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais), ambos referências mundiais em prótese de palato. O cirurgião Kleber Seabra, um dos organizadores do evento, explicou que vão ser três dias de autêntica imersão. ” Vão acontecer cirurgias ao vivo, laboratórios práticos para dentistas e fonoaudiólogos. As partes práticas e teóricas andarão juntas para passar o máximo de conhecimento aos participantes que vieram de todo país.-

Desde o início da semana profissionais do Ceará, Brasília e São Paulo estão participando de cirurgias no Hospital Bruno Born. Tudo está sendo documentado para ser exibido nos dias do cursos. Além disso, vão ser debatidos assuntos como desafios no tratamento da fissura bilateral, atuação interdisciplinar na confecção e manejo das próteses de palato e discussão de casos clínicos.

Na palestra hoje de manhã, Nivaldo Alonfo falou sobre o acesso ao tratamento das fissuras no Brasil. Ele apresentou dados mundiais e alertou para um problema no Brasil. “De acordo com uma pesquisa publicada em 2015, onde foi feita uma análise global começando por países em desenvolvimento, foi apontado que 85% dos pobres recebem apenas 15% das cirurgias. Os principais problemas são a formação especializada e o investimento básico.

Ele acrescentou que o fato de não investir em saúde vai causar um prejuízo astronômico no ponto de vista financeiro para esses países. ” A incidência de fissuras labiopalatinas está relacionada com a disponibilidade de cirurgiões e dentistas. No Hospital de Clínicas foi feita uma pesquisa em 2018, com os pacientes operados. Mais de 50% das cirurgias realizadas estavam fora do tempo recomendado.Existe também uma grande carência de centros de referência em tratamento multidisciplinar nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do país.-

Na abertura do evento, o idealizador da FUNDEF, médico Wilson Dewes  expôs que acredita que Rio Grande do Sul tenha entre 13 a 14 mil pessoas com alguma deformidades no lábio. Ele ressaltou a importância dos profissionais que atendem os pacientes. ” Quem lida com fissurados tem um perfil humanístico muito diferenciado.- Já o presidente da Fundação, o médico Alain Viegas, acrescentou que a entidade é uma grande família, pois o trabalho pela reabilitação dos pacientes envolve também os parentes. ” Os nossos profissionais são pessoas focadas que gostam e se importam com a reabilitação dos pacientes. Dessa forma nos tornamos uma família, e é muito bom compartilhar com todos essa experiência.-
O curso segue até sábado, com palestras, cirurgias na Clínica Wilson Dewes e Hospital Bruno Born.

Sobre a FUNDEF

A FUNDEF foi idealizado pelo Dr Wilson Dewes em 1992. Hoje conta com mais de 4 mil pacientes e é referência para 13 macrorregiões do Estado. Está entre os 5 grandes centros do país.

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