Uma a cada 650 crianças brasileiras apresenta fissura labiopalatal; assunto será tema de tradicional curso teórico-prático em Lajeado
Publicado em 9 maio 2018O IV Curso Teórico-Prático de Fissuras labiopalatais é uma promoção da Fundef e será de 10 a 12 de maio O evento é tradicional no país e tem como diferenciais os seus convidados e as aulas práticas Uma a cada 650 crianças que nascem no Brasil apresenta fissura labiopalatal. O problema é congênito e está entre as anomalias mais frequentes na primeira infância. Ainda assim, faltam especialistas capacitados a oferecer o acompanhamento devido a estes bebês. Com o objetivo de atuar na capacitação da equipe multiprofissional que trabalha na área, surgiu o Curso Teórico-Prático de Fissuras Labiopalatais, promovido pela Fundef, em Lajeado (RS) e que este ano será de 10 a 12 de maio. Mais informações: www.cursofissuras.com
O Curso Teórico-Prático de Fissuras Labiopalatais entra em sua quarta edição e é uma tradição no país, porque apresenta como diferenciais a qualificação dos seus palestrantes, bem como o fato de propiciar o envolvimento com aulas práticas aos participantes. Para tanto, será realizado em dois locais: no Hospital Bruno Born e na Clínica Dr. Wilson Dewes. A clínica leva o nome de um médico conceituado da região e formador de cirurgiões, que além de palestrante será o presidente de honra do evento. São convidados especiais, ainda, o professor Diógenes Laércio Rocha, o Dr. Rogério Belle de Oliveira, a fonoaudióloga Midori Hanayama e o Dr. Fabrício Valarelli. Todos, em suas respectivas áreas, têm profundo envolvimento com o paciente portador de fissura labiopalatal. Os organizadores são os Drs. Kleber Seabra e Marco Aurélio Lopes Gamborgi. Ambos informam que é intenção orientar e estimular colegas de todos os níveis na abordagem e no manejo dos pacientes portadores de fissuras labiopalatais, razão pela qual o curso incluirá em sua programação aperfeiçoamentos e aprendizados que permitirão incrementá-lo num sentido verdadeiramente interdisciplinar.
O que são Fissuras labiopalatais ocorrem no início da gravidez, no período embrionário do feto, logo nas primeiras semanas. Podem aparecer no lábio ou se prolongar até a gengiva e se formam até a 8ª semana de gestação. Já as fissuras de palato são formadas até a 12ª semana. As fissuras isoladas de lábio são mais comuns em meninos, enquanto que a de palato isolada são mais frequentes em meninas. Uma combinação de fatores genéticos, relacionados à hereditariedade familiar, e fatores ambientais podem contribuir para a formação das fissuras labiopalatais. O diagnóstico da anomalia é feito, geralmente, durante a gestação, por meio de exame de ultrassom no pré-natal por volta de 18 semanas de gravidez (entre o 4º e 5º mês de gestação), que a fenda poderá ser visualizada e diagnóstico apresentado à família. Em alguns casos, também poderá ser facilmente diagnosticada no nascimento por meio do exame clínico do recém-nascido. Feito o diagnóstico, a família recebe aconselhamento e é encaminhada para acompanhamento em um centro especializado. O quadro clínico das fissuras labiopalatais é bem variado, desde uma forma leve como um entalhe no vermelhão do lábio até tipos de fendas bem complexas como as que acometem o lábio e o palato, com o comprometimento da estética, dentição, audição e fala. O tratamento, feito por equipe multidisciplinar, deve começar o mais cedo possível. O processo inclui a prevenção de distúrbios da fala em bebês, que é feito com os pais antes da cirurgia para a correção da fenda palatina, além de orientações quanto ao desenvolvimento da alimentação do bebê.